A vacinação vai muito além da proteção individual. Ao vacinar, você estará ajudando toda a comunidade a diminuir os casos de determinada doença.
Nesta última semana fomos surpreendidos por um caso de raiva humana em Santa Catarina. Após 38 anos a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE-SC) confirmou como raiva a causa de morte de uma mulher de 58 anos de idade, moradora de área rural, que foi mordida por um gato.
Este fato serve de alerta à população e aos serviços de saúde, que devem ter uma atuação mais rigorosa e informativa sobre a importância da vacinação e cuidados preventivos gerais.
Quem não vacina não coloca apenas a própria saúde em risco, mas também a de seus familiares e outras pessoas com quem tem contato, além de contribuir para aumentar a circulação de enfermidades.
A raiva é uma das doenças infecciosas mais antigas e letais que acompanham a trajetória humana. Atinge mamíferos como cães, gatos, bovinos, cavalos, macacos e morcegos, além das pessoas.
É transmitida aos humanos pela saliva de animais infectados, através de mordeduras especialmente, mas também arranhões e o contato com secreções e excrementos. O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação permanecendo neste local durante algum tempo. Uma vez alcançada a inervação periférica, caminha em direção ao sistema nervoso central chegando ao cérebro e, a partir daí, se dissemina por vários órgãos e glândulas salivares, onde se replica e é eliminado.
Os sinais clínicos mais comuns da raiva incluem grande mudança no comportamento, agressividade, fotofobia, redução de apetite e ingestão hídrica. No estágio final ocorrem convulsões e paralisia de membros, podendo levar ao óbito.
Poucos são os casos relatados em que o tratamento de infectados obteve sucesso. De acordo com os dados do Dive-SC, é uma doença com aproximadamente 100% de letalidade. Deve-se então, atuar de forma profilática.
Mesmo que, inicialmente os dados apontem para uma enfermidade controlada em determinada região ou estado, deve-se manter este controle e nulidade de casos com a vacinação dos animais e, hoje, das pessoas próximas aos casos relatados.
A vacinação é a única forma de prevenção contra a doença.
O ferimento deve ser lavado imediatamente com água e sabão; o serviço de saúde mais próximo deve ser procurado em caráter de urgência; o animal causador da lesão deve ser observado por dez dias, recebendo alimentação e água normalmente, porém em local seguro, para que não fuja ou ataque outras pessoas; se alterações de comportamento do animal, o Serviço de Saúde deve ser procurado.
Procurar sempre o serviço de saúde, caso registrada uma agressão; manter seu animal em observação caso ele agredir alguém; vacinar anualmente os animais contra raiva; não deixar o pet solto na rua; notificar a existência de animais errantes na vizinhança de seu domicílio; informar comportamento anormal dos pets; informar a presença de morcegos de qualquer espécie.
Dra. Larissa Seibt
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